quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Vila da saudade






Quando tudo se tornar irrelevante,
quando o mundo se virar num shopping Center, o vento forte que me leva pela alma, e quando tudo for trocado por dinheiro, e quando o beco se tornar um pouco estreito, dificulta a passagem das fluentes, das vigentes, pensamentos...
quando o amor vira sinônimo de medo, num arremedo que me deixa assustado, eu talvez possa ficar aqui calado ou talvez eu não quisesse ser sabido, pra não ter que parecer meio esquisito, nesse porto onde todos são perfeitos, maquiados pela tinta do egoísmo, escondendo seus defeitos, suas linhas numa tela embaçada, numa caixa empoeirada, no enfim
no porão do esquecimento onde a mente esconde tudo o que num presta, tudo que não vai há festa, tudo enfim ...
Hoje a noite vou tomar
aquele trem, que me leva pro outro lado da estação, levarei a sua foto, um
violão, e a certeza de nunca mais te ver, a garrafa que meu amigo me deu, a
saudade no meu peito se alastrar, como fogo que acende no sertão, como se num houvesse chuva pra apagar...
Todo dia vou voltar na estação, me sentar no mesmo banco que sentei, no instante que cheguei nessa cidade, no instante que chorei sem meu amor, me lembrar da minha casa, dos meus pais, dos amigos que deixei na estação, dos olhim de meu amor saía água, era a
única neblina no sertão...
Estou morando bem na beira da estrada, na passagem que esticando dá no cais, bem pertinho de onde vira aquela rua, dessa rua quando sai da lá atrás, se quiseres pode vir me visitar, feche os olhos e escute uma canção, arrepare se no fim da lamparina, a tristeza ainda mora no sertão...
Estarei no triste fim da despedida, que é o inicio da partida, o inicio por que falta lhe partir o coração...
arrepare olhando o fogo de fogueira, das festinhas de são João, de santo Antonio, de são Pedro que é o santo mais tristonho, por que barra as pessoas no portão, arrepare nesse fogo, a verdade, dos antigos que viviam por aqui, vendo hoje você vai morrer de rir, com essa gente que habita essas terras, povo triste mesmo vendo tanta festa, povo em guerra, mesmo vendo tanta paz, esqueci de quanto a vida dá saudade, minha prole, meu berço, ancestrais...

Bob

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Um pouco de poesia, A lua e suas luzez (a lua inveja sua beleza)




Talvez em mundo tão correto, as vezes as vozes sociais gritam mais alto do que nossa boa e sincera poesia, parei um dia desses para olhar a lua e ela tinha circulos de luz em sua volta, acho que só eu consigo admirar uma bela luz em volta da lua enquanto as pessoas correm contra o relogio tentando por uma frustada tentativa ganhar um pouco mais de tempo de vida (e perder boas coisas que a vida ofereçe).
Voçe me fala de medo, me fala coisas bonitas toda vez que meu olhar fica triste, e eu só sei dizer que não sei o que dizer (lua bela lua, te entendo por sentir tanta inveja)
As coisas deveriam ser mais simples quando estamos perto (o seu sorriso me disperta pessamentos surjos) (tico santa cruz) então o que nos faz complicar ? o que nos faz tremer toda vez que nos passa pela cabeça que o fim estar perto ? não sei realmente responder tudo isso, só que de uma forma louca e sincera cansei de pensar tanto no fim decidir arriscar mais, correr mais, sentir mais, e quem sabe tambem amar mais.


Lie Joshephy, lie-joshephy.blogspot.com/, Lupa ( Diario Xadrez)

segunda-feira, 8 de agosto de 2011


Se sêsse



É  Lógico que todos têm direito a uma opinião, mas, eu tenho todo direito de discordar de tudo aquilo que eu julgue não convincente de acordo com minha ótica, Li em alguns lugares que a gramática foi assassinada, primeiro em um blog local, depois em outros por todo o Brasil, essa afirmação se sustenta no fato de que um  material disponibilizado pelo MEC, ensina as pessoas a "falar errado", isso levando em conta à ótica de quem afirma, afirmação á qual discordo plenamente, levando em consideração os fatores, locais, sociais, étnicos entre outros, não posso culpar uma pessoa que não teve acesso à informação de que só existe uma forma de se expressar, julgando-a como errada ou menos capaz por isso, se elevarmos nosso pensamento a um questionamento filosófico básico, teremos a resposta dessa questão tão complicada, o questionamento é " Pra que serve a língua? as palavras? e os sons? munido da idéia de que eles servem pra se expressar e estabelecer comunicação, podemos ver o quando é inútil tantos dogmas a respeito de um assunto tão simples, comunicação, tantos padrões linguísticos não servem pra estabelecer comunicação entre um índio que fale a língua de sua tribo e um intelectual formado diversas vezes, a questão de certo e errado está se desmistificando em várias vertentes atuais, dia após dia tabus são quebrados e podemos assim criar uma sociedade onde a clareza dos fatos vence a névoa do preconceito e outras coisas que já estão calejadas, infelizmente o que acontece é que os pensamentos conservadores se  ofendem quando uma coisa que era tido como certa está sendo esclarecida, eles só estão assustados por que estão sendo convidados a se retirar de sua área de conforto, acho que é por isso que tenho queda pela poesia, lugar onde podemos nos expressar de forma livre, tendo como regra única a expressão, algumas frases de algumas excelências, com palavras dificílimas, e frases assustadoras, que ninguém entende nada, mesmo estando de acordo com a norma culta, ou se preferir norma padrão, não fazem uso de comunicação, que é a razão do falar, segue um poema de um genial escritor que ara sabido e sabia usar a norma culta, mas como protesto contra toda essa besteira padronizada, fez esse belo texto, sem padrão e sem nada, nós entendemos tudo...

Ai! Se sêsse!...

Se um dia nós se gostasse;
Se um dia nós se queresse;
Se nós dos se impariásse,
Se juntinho nós dois vivesse!
Se juntinho nós dois morasse
Se juntinho nós dois drumisse;
Se juntinho nós dois morresse!
Se pro céu nós assubisse?
Mas porém, se acontecesse
qui São Pêdo não abrisse
as portas do céu e fosse,
te dizê quarqué toulíce?
E se eu me arriminasse
e tu cum insistisse,
prá qui eu me arrezorvesse
e a minha faca puxasse,
e o buxo do céu furasse?...
Tarvez qui nós dois ficasse
tarvez qui nós dois caísse
e o céu furado arriasse
e as virge tôdas fugisse!

Zé da Luz




sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Mossoró ,administrada há 63 anos pela mesma família. Desde 1948... esse sistema precisa se aposentar, já podemos observar a ferrugem lhe comer...


É impressão minha ou por aqui tá meio Rosado? estranho como só hoje me dei conta que por aqui tem muito rosa... as pessoas numca pensaram em plantar outras cores?


Vocês que fazem parte dessa massa
Que passa nos projetos do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais do que receber...
E ter que demonstrar sua coragem
À margem do que possa parecer
E ver que toda essa engrenagem
Já sente a ferrugem lhe comer...
(Zé Ramalho, Admirável Gado novo)


Bob